quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Grafias ousadas

Por no papiro da pele 
Suas grafias ousadas 
Abre os olhos de mentes apartadas
Escrita cuneiforme que marca o éter
Arrepia os pelos, abre portais n'espelhos

No por do sol e no aurorescer 
Antes de chegar a noite e romper o dia
Há um crepúsculo repleto de segredos
Que fariam até Pandora enrubescer 

Invisíveis hieróglifos talhados no carbono
Cuja chave quântica, a Pedra de Roseta
É um coração em brasas nascido no Egito
Históras pra mil-e-uma encarnações

Vou escrevendo, encarando meu medo
Ouso decifrar os mistérios do Olho de Hórus
No centro da Coroa, a glândula pineal
Como um eremita que saiu do degredo

Alcei-me em tormentosos mares
Por tamanho arrojo em meus atos
No olho do furacão encontrei uma singularidade
Tamanha gravidade abriu as águas dos fatos
Mostrou-me o leito do oceano, as profundezas da alma