domingo, 29 de outubro de 2017

Buracos Negros

O que há do outro lado
Dos Buracos Negros?
Eu não sei, ninguém sabe
Talvez seja melhor não saber

Só sei que o que vai, não volta
Tamanha a força grativitacional
Concentrada na extrema densidade
Nem a luz escapa deste devorador

É um dos mistérios
Mais intrincados da natureza
Uma porta só de entrada
Que me faz pensar se há saída...


quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Nas entranhas do Silêncio

São nas entranhas do silêncio
Que eu veementemente renuncio
Às agruras mais tortuosas 
Do meu ser 

São nas entranhas do silêncio
Onde oblitero tudo que me exaure
Me abismo em minhas dores
E delas destilo os mais refinados
Licores da alma

São nas entranhas do silêncio
Que eu medito e regenero
Transformo areia em vidro
Soprando calor nas cavidades sombrias

São nas entranhas do silêncio
Que eu fortaleço a chama trina
Que eu travo o mais íntimo contato
Com a Consciência Superior






segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Palavreados dicionarísticos

Peço desculpas em adianto
Se algum espanto vos causo
Com estes meus palavreados
Idiossincraticamente dicionarísticos

Difícil mesmo é resistir ao ímpeto
De experimentar combinações
Sequenciar geneticamente
As bases nitrogenadas
Das sílabas moleculares
Em meus circuitos neuronais

Basta respirar que me inspiro
Um milissegundo exótico
Inacreditavelmente duradouro
De vastas possibilidades 

E eu termino observando 
Os limites na linha do horizonte
Que com certeza foram feitos 
Para serem ultrapassados
Deus quer saber se podemos acelerar
Desde o passado até o infinito

Desconstruindo os mitos
Revertendo o tempo até a origem
E quebrando a segunda lei da termodinâmica
Quão luz que escapa da gravidade extrema







Poemagístico

Meus versos são magísticos
Eles são meio enfeitiçados
Quem os lê e se envolve
Pode entrar em meu mundo

Estes versos têm alquimia
De palavras e orações
Têm linguisticação malabarística
Têm o gene da mutação
Que deixa tudo mais divertido

Meus versos são magnéticos
São eletricamente enlaçados 
As estrofes se auto-organizam
Têm sua própria biodinâmica

Estes versos flutuam
No vácuo de meu subconsciente
Nascem em partenogênese
Na ausência de pensamentos
Simplesmente são






Meus novos versos

Aqui todos vejam
Estes meus novos versos
Que são multidimensionais
Guardam universos em si

Vejam todos aqui
Estes novos versos meus
São organicamente nascidos
E se reorganizam sozinhos

Todos aqui vejam
Versos meus, estes novos
Acá estamos em simbiose
Protocoperação poemística

Aqui vejam todos
Novos versos, estes meus
Totalmente palavibrantes 
Renascidos do caos




Não subestimeis o mal

Não subestimeis o mal
E sua inteligência caótica
Sua astúcia tentacular
Sua entropia insaciável

Não subestimeis o mal
Ele é deveras meticuloso
E conhece muito bem nossos defeitos
Sabe exatamente onde se infiltrar 

Não subestimeis o mal
E também não o temas
Pois a sombra é parte do esquema
De nossa própria evolução

Não subestimeis o mal
Aprendas com ele
Como não ser
E sigas teu caminho

Não subestimeis o mal
E nunca te aches sozinho
Pois a boa ventura segue aqueles
Que se se reconhecem anfíbios

Neste mundo de dualidades
Onde levantar o véu de Maya
Exige extrema destreza mental
Exige uma força de vontade
Quase transcendental 












sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Olhos da Deusa

Jurei fidelidade
Há quase vinte anos
E agora aqui estou
Aqui estamos

Sacerdotisa e Escriba
Sobreviveram a muitos testes
Chegando ao professor da floresta
Ganharam novas vestes

Fardados de verde, azul e branco
Percorrem quilômetros só bailando
Novamente sob os olhares da Deusa
Na figura da Virgem Soberana

Conheço mulheres poderosas
Poucas brilham em meu coração
Esta Sacerdotisa é uma delas
Tal é a força desta ligação

Escrevo e vou avivando
Revivendo memórias adormecidas
O círculo sagrado que sempre brilha
Me une a esta grande amiga

Somos magos do Sol e da Lua
E nossa magia vem das estrelas mais distantes
Que em nossas mãos tudo sempre flua
Pois na estrada do infinito somos viajantes


Desafio

É um, é dois, é três...
...Vou contando até dez
Só afia o cérebro
Quem desafia o revés
Das coisas que acontecem

Se você amortece demais
O impacto dos golpes da vida
Sua faca fica sem ponta
E suas feridas permanecem abertas

Não dê as costas para o tempo
Continue mirando à frente
E enfrente o desafio de cordas
Crie sua própria trilha sonora
Na mais elevada vibração 
Nascida na alma



Anéis de Saturno

Juntei tantos segredos
E fiz tanto mistério
Que ficou difícil distinguir
O real do etéreo

Coloquei-me em degredo
Nos confins de Saturno
E usando aqueles anéis glaciais
Pensei dominar meu mundo

Enquanto isso meus versos amarelavam
Nos velhos papiros engavetados
E eu vivia deveras tristonho
Sem pode libertar meus sonhos

Mas agora eu vejo a claridade
Se expandido na aceleração vibracional
A luz se propagando ainda mais veloz
Que o horizonte de eventos central
De nossas consciências evolucionárias
Na antiga estrutural tridimensional





Semente espiritual

A semente germina no escuro
E assim também é o espírito puro
Que precisa do silêncio interno
Para crescer em terno equilíbrio

A mente é uma sementeira
Semeadora de pensamentos
Que podem se manifestar na matéria
Ou sumir quão poeira no vento

A semente espiritual é pureza
E não germina na presença do mal
Eu confio na Mãe Natureza
Tenho fé no Pai Universal

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Ontem e hoje

Ontem pensei e escrevi
Hoje executo e falo
Em muitos versos
Em poucas palavras
Tudo vai se transformando
Conforme a força de vontade
Que carregamos dentro de nós


Não fuja do escuro

Não fuja do escuro
Pois a sombra 
Que lhe persegue
Faz parte de você
É a chave mestra
Para se compreender
Os mistérios do espírito
Em pleno desenvolvimento 
E abrir os caminhos luminosos
Que irão lhe conduzir ao infinito

A poesia ressurge

A poesia ressurge
Quando menos se espera
Ela ruge dentro de mim
Urgindo pela luz do solar
Que faz a vida florescer
E nunca cessa

Exsurge de meu recôndito terroso
Quão semente umedecida 
Por lágrimas de alegria
Para brotar e rebrotar
Noite após dia
Dia após noite
Na lírica rotação
De meu ser e não-ser





segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Asas, raízes e barbatanas

Fecho os olhos
E lanço-me aos céus
Preciso cortar os ares
Transformar meus véus
Em majésticas asas
Para todos os lugares
Alcançar em plenitude

Minhas raízes são longas
Ligando-me em profundidade
Ao núcleo do planeta
Terra e magma
Povoam meu interno ser
E por isso as riquezas minerais
Brilham em meus olhos

Também tenho barbatanas e guelras
Para chegar às zonas abissais do oceano
Ao recôndito de minh'alma onírica
O mais secreto palácio onde existe
Um trono de auto-empoderamento
O subconsciente da realização ultérrima
O útero espiritual da prosperidade
Deus em mim

domingo, 15 de outubro de 2017

Como os versos se formam

Como os versos se formam na mente?
É assim de repente que chegam
Serpenteando pelos neurônios

Escorrendo como areia na ampulheta
Que vai e volta, volta e vai
É a mesma, sendo ao mesmo tempo outra

Eles vêm do infinito incriado, do além-tempo
E viajam mais rápido que a luz
Nascem no lago interdimensional das ideias

Estes versos, mesmo formados
Se equacionam com infinitos
Graus de liberdade

São capazes de dançar alquimicamente
E reformular sua estrutura
Abstrato-metafórica

Assim criam novos compostos
Na mais perfeita harmonia
Entre Caos e Cosmos



Continuo em continuidade

Continuo, continuo em continuidade
No continuum espaço-temporal 
E quero ver quem tem força motriz
Pra seguir nesta estrada amarela
De tijolos poemísticos e literários

Eu começo... E termino
Eu termino... E recomeço
Sempre assim vou seguindo
No caminho da imortalidade
E no poder de finalização
Fortaleço e criativo o meu ser

Continuo e sou resiliente 
Resisto mesmo entre escombros
Mesmo se eu for incinerado
Pois sem as próprias cinzas
Ninguém pode renascer


Arcos da existência

Novas fases requerem 
Mudanças de forma
Talvez um pouco de assimetria
Pra quebrar as normas
Que por demais rígidas sejam

Eu já fui romangótico 
Já rimei e fiz trocadilhos
E da mistura de tais elementos
Surgem agora estes novos filhos

A serpente e o camaleão
Sempre me acompanham
Por isso troco de pele
E mimetizo a natureza
Em seus mínimos detalhes

Ela sabe o que faz
Tem força pra criar e destruir
Recicla seus ecossistemas
Sem desperdício de energia
Apenas transformando
O que já foi um dia
No amanhã que será

Então aqui eu proclamo
A passagem do ponteiro-mestre
E alfim... É apenas o alvorecer 
De um novo arco da existência












sábado, 14 de outubro de 2017

Coloração

O coração colore a ação 
Em nossas vidas racionais 
Para que não sejamos apenas
Objetos preto-brancados 

E esse colorir vem em dégradé
Em tonalidades variadas
Pra reviver tudo aquilo
Que estiver degradado



Meu amor pela simetria

Não sou neto 
De nenhum sonetista 
E assim meu amor pela simetria
Não inclui os sonetos

A simetria em si me fascina
Pelo equilíbrio quase químico
Que não é simplesmente a beleza
Artificialmente construída

A métrica da verdadeira simetria
Exsurge naturalmente
Na desconstrução dos vocábulos
Na recombinação eletrônica
Que em níveis quantum-líricos
Gera a luz do conhecimento




Sou Multifásico

Sou multifásico e transpessoal
Sou multidimensionalmente estruturado
Eu gosto de desconstruir a complexidade
Em seres atomizados

Nas múltiplas dimensões
Eu toco supercordas 
Cujas notas são partículas de matéria

E assim vou me decifrando
Sendo ao mesmo tempo
O viajante e a esfinge

Escrevo já sem medo

Escrevo, escrevo
Escrevo já sem medo
De que alguém me copie
Porque se assim o fizer
Estará reproduzindo 
O ácido ribonucleico 
Das minhas palavras
Far-me-á viralizar 
E assim sempre eu
Ali estarei
Vivo

Aqui eu vou digo

Aqui eu vos digo
Que livremente desejo criar
Livrar minha mente
De todas e quaisquer amarras
Mergulhar de cabeça
Nas perpétuas correntes etéreas
Do Infinito Incriado

Aqui eu vos digo
Que se me acompanhares 
Através do espaço-tempo
De múltiplas dimensões paralelas
Nunca vos faltará ar
Inspiração que brota
Na ponte entre os dois 
Hemisférios cerebrais

Aqui eu vos digo
Que o verdadeiro desafio da jornada
Desde o subatômico Ångström ao ano-luz
É transduzir o tudo em nada
É deixar fluir o que não se traduz