sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Na calada da noite

Eu sigo calado
Na calada da noite
É árdua a escalada
É íngreme a escarpa

Estive soterrado
Até o pescoço
Não sentia um músculo
Tampouco um osso

Quando cessou a câmera lenta
Tudo se moveu tão rápido
Acelerou até o infinito
A única saída foi evoluir

Eu sigo calado
Pensando em quantas equações?
A raiz do problema é o pecado
Que contamina os corações 

Na calada da noite 
Os decibéis de um sussurro
Podem derrubar um muro 
As muralhas de Jericó da mente

É árdua a escalada?
Se for complexa a escala...
Então escalone os pensamentos
Calibre-se no mais alto desempenho
Simplifique sem ser simplório

É íngreme a escarpa?
Basta a mais doce melodia
Das cordas de uma harpa
Para clarear o dia

Sigo como andarilho
Um samurai da corte universal
Sigo dançando entre as linhas
De uma análise espectral







segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Entranhas das entrelinhas

Nas entranhas das entrelinhas
Sigo em busca dos versos perfeitos
Deixo as ideias marinando na mente
Rego todo dia para não desidratar 

Olho para todos os planos
Buscando a visão multidimensional
Nas entrelinhas da teia de probabilidades
Há códigos ainda indecifráveis

Não deixe a mente dirigindo
No inconsciencie-automático
Traga seus profundos mistérios
Para o modo manual-consciente

Trocadilhos não são engraçados
A graça é um efeito colateral
Eles servem pra deixar o raciocínio afiado
Criptografam mensagens pseudo-linguais

Então veja nas entranhas além do que está escrito
Decifre o código desoxirribonucleico 
O significado por trás do mito
Que transcende o verborreico








sábado, 15 de setembro de 2018

Princípio da Incerteza

O princípio da incerteza
Traz leveza à vida
Porque estar certo em demasia
É pesado, é grave, é uma elegia

Há quem ache cruel a incerteza 
Mas eu vejo a mais perfeita simetria 
No padrão estocástico da natureza
Vejo Deus em sua maestria

No princípio da incerteza
Há beleza profunda 
Ela permeia as entrelinhas das entranhas
Vive nas coisas mais estranhas

O incerto une forças e fraquezas
Guarda poderes, no espírito imersos
E pensando em certezas
É que eu findo estes versos 

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Enchanted Words

I always reread
From the veins to the earth
The red letters that bleed
Announcing my rebirth

A bloody ink demon
Surrounds me with inspiration
But I have clove and cinnamon
To avoid the temptation

I saw a woman in black
Born from my chaotic thoughts
She was following my track
And opening the locks

She is the source of all creations
I can feel her presence in everything
The mother of the universe, of all nations
Please lend me your powerful ring

Maa Durga, oh Maa Durga, warrior goddess
With all my forces I invoke your holy protection
Shield me from the long tentacles of darkness
Reinforce the power of my divine connection

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Ode à Rosa Caveira

Cavei, cavei, cavei rosas
E encontrei ela de frente
Dona Rosa Caveira
Vencedora de demanda
Toma conta da Santa Roseira
E sua língua é espinhosa 

Moveu os lábios venenosos
E falou quase num sussurro
-Pra sentir os aromas perfumosos
Das rosas deste jardim, é só no escuro
Pois são flores fluorescentes 
Nascidas de almas em apuro

Sua presença é sombrosa 
A gargalhada estremece corações
Mulher de face caveiRosa
Fidedigna, digna de muitas canções
Rosa sangrenta e Justiceira
Contrito, sempre em orações
A ela entrego minha porteira







quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A Jornada - Parte I

Vivemos, vivemos
Vivemos em frágil equilíbrio
E agora eu sinto o perigo
Ameaçando meu bem viver
Seus tentáculos tão longos
Não há como fugir
Só me resta encarar de frente
Desafiá-lo a um combate 
No tabuleiro de xadrez

Eu caminhei, caminhei
Eu caminhei bastante
Até meus sapatos ficarem gastos
A sola estava tão fina
Que um espinho atravessado
Rasgou, sangrou meu pé

Eu senti-me forte
E senti-me fraco
Fiquei no meio do equilíbiro
Dancei em corda bamba
No gume da navalha
Mais afiada que já vi

Eu senti aquela falha
Lacerar-me o cerne da carne
Eu procurei uma fonte de luz
Mas só encontrei escuridão e carma
Fiz apelos ao Altíssimo
E finalmente compreendi
Por que até o Mestre Jesus
Sentiu-se desamparado
Bem ali, no calvário

Eu estava balançando
Pendurado nas alturas
Também estive em queda livre
Em meio a uma tempestade de agruras
Acelerando, acelerando em gravidade
E o paraquedas não abria
Mas foi ali que descobri
Que eu sabia voar

O ato de virar o jogo
É pura força de vontade
Para moldar o encaixe da chave
Na porta da multidimensionalidade
Que sempre muda a fechadura
É realmente dura esta vida
Mas apenas até descobrirmos
Que é preciso imaginar o fim
Para que ele realmente aconteça

O futuro é uma teia de probabilidades 
Contou-me a Deusa do Destino
São cenários que beiram a verossimilhança
São universos paralelos da Jornada
E somente aqueles que dançam
Na insustentável leveza de Ser
Estremecem os fios da trama
E fazem tocar sinos dentro de si
É que podem moldar a lama na alma
Criar lindas cerâmicas
No batismo de fogo
Cura que incendeia
Nos deixa despertos
Fogaréu espiritual
Inenarrável

domingo, 22 de julho de 2018

Tempos hodiernos

Eu vivo...

Nestes tempos hodiernos
De mentes hermeticamente fechadas
Tempos de muita fragilidade

Nestes tempos hodiernos
Onde tudo é fachada
E o interior é empoeirado

Nestes tempos hodiernos 
Que transbordam hipocrisia
E ninguém trata o próprio esgoto

Nestes tempos hodiernos
Engordurados de hedonismo
Não há deter-gente que baste

... E resisto



sexta-feira, 20 de julho de 2018

Amicos dourados

Há micos dourados
Jamais se tornam cinzentos
Nascidos em vidas passados
Sobrevivem ao fim dos tempos

Com eles eu vou pulando
Eu pulo de galho em galho
Faço macaquices e sigo amando
Juntos bebemos gotas de orvalho

Não sei se vou morrer agora
Ou se morrerei amanhã
Mas nunca temo o que vem de fora
Envolto com eles neste elã

Mesmo sem poder tocá-los
Vamos passarinhando no "virtreal"
Para um dia recebê-los com muitos regalos
Em festejos de mais alto astral

São amizades nascidas de sementes
Plantadas no solo de incontáveis eras
Tempos ancestrais tecendo elos em mentes
Que viajam entre céus e terras



quarta-feira, 18 de julho de 2018

A Serpente Olhidacort

Olhidacort é uma serpente
A serpente trocadilhesca 
Olhos da corte, língua cortante
Divide-se em si mesma
Ad aeternum, como um fractal
Dela originou-se Ouroboros 

Olhidacort em minha mente
Serpenteia, sinuosa e arco-irisada
Penteia suas escamas e trocapele
E cada escama é um dilho
Que ela troca e me inspira
Sibilando, no crepúsculo cerebral

Olhidacort é Kunda
É Cháos e Kósmos
Eletromagnética... Dá vida 
Anima o corpo pelos chakras
De baixo pra cima
Faz a nossa (r)evolução





sábado, 14 de julho de 2018

Tripúdio reverso

Tripudiaram de minhas tripas
Bem lá no fundo, bem fundo e marginal
Martelaram-me as emoções como ripas
Bloqueando o sistema gastrointestinal 

Eu não digeri e agora regurgito
Um tripúdio reverso, em versos sofistas
Que meus neurônios viscerais, num grito
Compreenderão mais que muitos antagonistas

Se escrevo palavras fortes e vibrantes
Que de meu âmago pululam, incandescentes 
É que ainda mais intensas e cisalhantes
São essas contrações prementes

Atravessar o espelho me virou do avesso
Transformou as mais profundas aversões 
Num grandiloquente arremesso
No infinito-incriado de imensidões








quinta-feira, 28 de junho de 2018

Rebuscar

Ser rebuscado
É pra quem busca
E para sempre rebusca

Mas só rebusca
Quem primeiro rabisca 
Aqueles arrancarrabos criativos




O bardo renascido

Eis que o bardo
(Re)encontrou sua pena
Há muito guardada

E todo o fardo
Daquele diadema
Desfez-se na madrugada

Sua pena esteve cravada
Na rocha arcturiana
E lá, meditando, redescobriu-a

Num brilho dourado, azul e rosa
Sentiu no coração... Um chamado
A trindade da chama ardendo em si





Em cantos

Imaginação não falta
Pra lhe encantar com minha flauta
Noite adentro
Dentro de ti

Decifrar sua melodia 
Em cantos escuros
Deixá-la em prazerosos apuros
Anoitecendo o dia

Em cantos longínquos
Cruzarei nossos encantos
À luz de vagalumes
Nossos corpos
Tornar-se-ão oblíquos

Deus É

Deus É 
Um palíndromo quântico 
De inspiração infindável

Deus É 
Um quebra-cabeça 
De geometria não-euclidiana

Deus É 
A leveza insutentável 
Que não nos cabe decifrar

Poeta-Alfaiate

Sou poeta-alfaiate
De trama firme
Faço cama de gato
Te pego nesta linha

Eu dou ponto e costuro
De olhos semicerrados
No escuro os meus versos 
Ficam mais abrilhantados

A agulha magnétrica
Gira, gira e torna a girar
Desfibrilha corações desconcertados
Conserta as asas de quem quer voar

E quando a desarmonia
Vem me assombrar na calada da noite
Uso a tesoura, que corta e desfia
E dou-lhe o meu açoite
Até o raiar do dia






sexta-feira, 22 de junho de 2018

Tanja

Imaginei uma mulher
De cabelo laranja
Nasceu na suíça
E seu nome era Tanja

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Porta(i)s

Pouco importa
A porta em sua frente
Pois as chaves que carregas
É que comportam mistérios

Com chave cósmicas
Abro porta(i)s estelares
Levo a consciência
A estes lares desconhecidos
Dos quais pouco se fala

Abrir portais 
É transpassar os limites 
De ruptura psico-lógica
Onde a lógica da psique
Distorce a ([bem] dita) realidade



Esvaziamento

Sou um jogador
Sem cartas na manga
Perdi-as ao longo do caminho
Íngreme e escarpado
No horizonte de eventos
Daquela escura estrela

Criei fórmulas secretas
Pra fazer novos ases de copas
E também alguns coringas 
Porque o amor dá umas voltas
Faz mais curvas que a luz
Perpassando um buraco negro

Esgotei minha alquimia
Fiquei sem trocadilhos
Revisei, revisei e mais revisei
Sem no entanto conseguir visar
Como sair da ilha em cruz

Senti um esvaziamento
Nas profundezas da alma
Sangrava a veia poética
E mesmo envolto em calma
Sabia que na ordem alfabética
Um 'Z' se aproximava
Ômega


quarta-feira, 18 de abril de 2018

Chá de prazeres

Preparei chá de cravo
Canela e gengibre
Verti mel direto do favo
Tomei-o e senti-me "libre"

Da xícara afrodisíaca
Saiu a própria Afrodite 
E aquela sensação orgíaca
Tornou-se quase um convite

Sob efeito termogênico
De imediato quis tocar-lhe a tez
Pensei estar num ato cênico
Quem sabe um jogo de xadrez

Fui tomado de assalto
Por prazeres à espreita
Eu estava muito alto 
E pronto pra colheita

Nela foquei meu luzeiro
C'os dedos ainda fervilhando
Entrei num transe de corp'inteiro
Ainda agora estou flutuando

A deusa soprou em meus ouvidos
Que sedução é feita de seda
A mais pura sedação dos sentidos
Na secção se transforma em labareda


segunda-feira, 16 de abril de 2018

Sinergia

Matei o anonimato
Quando deixei meu ser carnal
Aquele selvagem animal
Sair da boca do mato

Já anonimatei muitos segredos
Mas tirei os véus da odalisca
C'um tiro no escuro dos meus medos
Foi quando senti o poder daquela faísca

A sinergia dos corpos em seus atritos
Pedra e espada amolando o fio
Quando escrevo, desvendo mitos
Qu'em meu coração desaguam no rio

O tilintar contínuo e intenso
Ao mesmo tempo uma paz infinita
Sinto aqui o perfume do incenso
Vejo o voar da calopsita

A alma anima é meu sustento
Da vida à lama donde nascem matérias
Cria cavalos selvagens no vento
Que galopam e pulsam como artérias

Eu a vejo com o Olho de Hórus
Através da glândula pineal
A musa que jamais desfalecerá
A grande transmutadora universal 



terça-feira, 10 de abril de 2018

Emoções intensas

Nem mais um pio
Que este ar rarefeito
Deixou no limite
Os meus arrepios

Esta emoção intensa
A temperatura extrema
O frio atmosférico
Trincou as algemas da fera

Observe o respiro ofegante
Chegue um pouco mais perto
Sinta o coração pulsante
Flor de cactos do deserto

Vi uma curvilínea silhueta 
Achei que fosse miragem
Vazou tinta da caneta
E nela formou-se uma imagem

O contorno erótico
Dos sentimentos mais profundos
O encontro caótico

De infinitos mundos

Musa Invisivel

Te imagino, te imagino
Te imagino em minha mente
Te imagio com palavras
Imbuídas magicamente

Te imagino, te imagino
Com tal vivacidade
E de tanto imagi(n)ar
Apareces de verdade

És Musa invisível
Desde meu tempos errantes
Só eu posso enxergá-la
Mas vejo agora mais que antes

Teu perfume é pura verve
É um lume fosforescente
E meu sangue ferve
Quando estás presente

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Deusas da Lua

Ela "repia" o ar
Com um assobio
Mais que selvagem

Ártemis
D'Arc e flecha
Sua única bagagem

Domadora de feras
Eternamente pura
Sua figura indomável

Diana 
Cavalga noite adentro
Tão veloz quanto um raio

A magia lunar
É poder e mistério
Que sangra à meia-noite

Eu louvo Hécate
A grande feiticeira 
Senhora dos caminhos

Lição de truqueiro

Estalo os dedos
Lanço os dados
Os meus segredos
Estão bem guardados

Ligo fios vivos
Em ligação direta
Inspiração em fluxo massivo
Não segue linha reta

Faço umas gambiarras 
De cartola e capa preta
Desfaço suas amarras
Abro a porta sem maçaneta

Estalo os dedos
Desapareço sem vestígios
Levo os seus medos
Sou resolvedor de litígios

Se até a luz faz manobra
Na borda do negro abismo
Transforma tua sombra em obra
De mais puro lirismo











sábado, 7 de abril de 2018

Te observo, te imagino

Te observo
Do meu jeito
Assim, matreiro

Te imagino
Acá comigo
O dia inteiro

Te observo
Às vezes me perco
Admirando Selene 

Te imagino
Num tapete arábico
Em traje solene 

Te observo, te imagino
Borboletas e furacões 
Componho mais este hino
Em ode a todos os corações




sexta-feira, 6 de abril de 2018

Regozijo

Regozijo com força
Os meus giros da roda
Já fiz muito arrodeio
E está mais do que na hora
De ir direto ao ponto sem volta
Aquela singularidade
Que transborda radiação Hawking

Regozijo e rio, de forma caricata
Na cara do perigo eu gargalho
Quem domina o vento e a gravidade
Não precisa ter medo do abismo
Então venho lhes ofertar
Um pouco mais de lirismo

Quem é regozijante
Tem pó de estrelas nas veias
Sai do tempo e ao tempo volta
Sabe que existe um poderosa teia
Conectando cada átomo da existência
De forma (r)única





Notas Outonais

Aquele céu de Outono

Despertou-me lembranças
Que às vezes de tão tristes
Mancham de azul profundo
As notas de minha cítara

Notas outonais que caem do céu
Quão folhas amareladas de árvores
Cujo ambar guarda em si
As madrugadas da alma
De um tragicômico rapsodo 

Notas azuis que sangram
E navegam nas rubras águas
De recônditas emoções
Mas aquele céu de Outono
Trouxe visões ao me alcance 

Vi um brilho, escutei um pio
Era um vento ardente
Que de asas abertas se movia
Sobre o rio caudaloso 
De meus loucos sentimentos 










quinta-feira, 5 de abril de 2018

Moléculas mágicas

Produzo uma dúzia
De moléculas vibrantes
Que se reproduzem
Agora e antes
Também depois
Multiplicar-se-ão
Na infinitudo da roda
Que gira, gira, gira
Arigatando gratidão
E engatando com vigor
A mais poderosa magia
Que (trans) borda amor
Infinito amoooooor
Em nossos corações

Ar que me inspira

Inspiro o ar
Que me inspira
O ar pia com pressão
Enlouquece meu conta-giro
Oxigeno em combustão
E acelero pra onde miro
No infinito e além

O tudo sabe
Que o nada me inspira
O nada sabe
Sobre tudo que representa
Ponho as mãos no ciano, 
Amaryellow e magenta
Rodo as cores
Como quem esquenta
Cérebros em caldeirões

Meus arpejos sonorizam
O ar se inunda com alegria
Ar piam secretamente
No pulsar da magia
De corações estelares
Que vivem no centro
De toda criação

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Poeta Trocadilhouco

Sou Poetrocadilhouco
Eita! Eu Sou que sei!
Mas não só vivo
De trocar dilhos
Dedilho também
E muuuuuuuuito 
Uns arpejos versados
Em minha cítara 
Com Hermes e Apolo

Não vivo somente
De encarnar palhaçada
Então me enxergue mais fundo
E veja os tijolos amarelos da estrada
Que conduz às profundezas
De um mundo tão rico e misterioso
Quanto os sete mares

Venho do pó
Sei o dom que tenho
Se quiser descobrir talentos
Esquente a areia dos seus desertos
Faça lindas esculturas de vidro
Teça teias de aranha
Com sua libido
E simplesmente
Deixe florar 




Por onde eu ando

Por onde eu ando
O que eu vejo
Através de minhas lentes
Gera um desejo

Vou piscando e capturo
Um pouco de tudo
Traduzo pela fala
Aquele vivo conteúdo

Flores, muitas flores
De aromaloucados perfumes
Paisagens e silhuetas
De seres encantados

O negrume da noite estrelada
E o raiar esplendoroso do dia
Sempre uma nova peça
No quebra-cabeça da vida

Depoimento #1

Nanduska: "Sabe o que mais gosto de vc amigo? Tua amizade franca...coisa de gente feliz e bem educada. Amigo de todas as horas...sábio nas gentilezas e que inventa todo tipo de mirabolices pra deixar gente que muitas vezes nem é gente, feliz. Amo-te sem mais e nem menos. Definitivamente vc foi o irmão gêmeo que minha placenta escondeu. Tu te lembras disso, que eu ia ter um irmão gêmeo? Seria um gêmeo gênio ou seria um gênio gêmeo, não sei. Somente os gametas e as estrelas saberão, mas elas sabem que o afeto é contínuo."

Caluxo: "Suas palavras foram realmente muito emotivantes, minhiguirmã da chama fraterna mais bruxuleante que existe neste mundo! Tanto que estou até com dificuldade de mirabolar umas palavras aqui pra lavrar seu elogios, mas pode ter certeza que eles já ficaram (trans) bordados aqui no mais íntimo da minha coraçalma. E respondendo o seu questionamento, acho que seria uma espécie de gemnio (re) nascido de gamestelares orixálicas!!!"




segunda-feira, 19 de março de 2018

Teorias #1

Teoria do sabonete molhado: "Quanto mais você tenta apertar, mais ele escorrega da sua mão". Conclusão empírica: "O universo favorece aqueles que agem com naturalidade e desfavorece os que tentam parecer o que não são."

quarta-feira, 14 de março de 2018

Pensamento

Penso dentro
Penso fora
Em todas as direções
Ondas mentais 
Refratam e refletem

Penso fora 
Penso dentro
Espalho o pensamento
Para outras dimensões 
Além-tempo

terça-feira, 13 de março de 2018

Versíntimos

Eu estava aqui
Estava aqui pensando
Aqui pensando na vida
Pensando na vida plena

Eu vivo tudo o que produzo
E produzo tudo o que vivo
Num jogo simbiótico
Que só existe no aqui-agora

Sento no centro
De uma mesa redonda
E numa ágora me reúno
Como todos os meus eus 

Eu falo pouco
Ouço o que dizem
E eles dizem muito
Muito sobre a parte e o todo

A parte do todo é partodo
Um parto que nos traz a este mundo
O todo na parte é todarte
A arte que nos mantém vivos







domingo, 4 de março de 2018

Rasgo o verbo

Rasgo o verbo
Rasgo o verbo
Rasgo o verbo verborrágico
E desafio o tragicômico
A trajar o cômico
E comer o trágico
Depois catar-se
Nas ferrovilhas do inconsciente

Rasgo o verbo
E averbo o rasgo
Falo livre, sem pseudônimos
Puxo as pontas soltas
Desenovelo as novelas do não-ser
E mato o anonimato
Desfazendo as moléculas
De sua invisibilidade

Rasgo o verbo, trocadilho
Com linhas, farrapos
E muita força de vontade
Construo um sem sentido de coisas
E nessa disrupção é que encontro
As potencialidades do ser
Nas zonas abissais
Da autorreciclagem

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Canta pra subir

Canta, canta
Encanta pra subir
Que você vai se elevar
E levar, e levar
E levar a alegria a todos
Em um frenesi dançante
Rodopios de ventania
É pra Rei e pra Rainha
Aqui conosco estarem

Siga os passos, é bem simples
Esta supersimetria geométrica
Arraste os pés comigo
Seja meu par neste baile
Que eu dou um nó em seus neurônios
Desato as agruras do coração 
E depois vamos simplesmente flutuar
Na insustentável leveza do ser
Esta imensidão
Tão linda de se ver


Trova da sorte

Uma trova em quatro versos
Como as folhas de um trevo
Se achar um leprechaun
Realiza três desejos

Com esmero eu vou lapidando
As minhas esmeraldas 
Esperança, fé, amor e sorte
Podem te salvar da morte

Pendure uma ferradura
Como U em tua porta
Ande sempre esverdeado
Com três setes tudo corta

A sorte é uma dama volúvel
E cheia de sortilégios
Mas talvez ela te sorria
Se tiver pensamentos régios






Trovadilhos Xamânicos

Dos versos meus
De antigos poemas
Nasceram trocadilhos

Dos trocadilhos 
Daqueles acessos de repente
Surgiram lindas trovas

Então joguei
Poderentes ingrediosos
Em meu caldeirão xamânico

Penas de fênix
Para sempre a inspiração
Renascer das cinzas

Peles de cobra 
Para transmutar a vibração
Das energias tridimensionais

Dentes de tubarão
Para triturar os obstáculos
Triunfar em tudo, ser invulnerável

Então ouvi o chamado
Tomei lentamente o chá
E tornei-me um com meus animais


sábado, 24 de fevereiro de 2018

Rimei, rimei

Rimei, rimei
Ri mei engraçado
Ri muito e tanto
Que fiquei atiçado
De tanto rir mais

Rimei, rimei
E se sou tão risonho
É porque rio e sonho
Verso um rio
De poéticas águas
Em minhas veias

Rimei, rimei
Rimei mei torto
Em versos direitados 
E ri meia-noite adentro
Até a má drugada
Se tornar boa manhã



Martelo e bigorna

Martelo e bigorna
Vão dando forma
Moldando ao poucos 
O pensamento, ainda imaterial

Com estas palavrágicas
Faço magias de prosperidade
No magnetismo da pureza extrema
Sigo na eternidade