quinta-feira, 28 de junho de 2018

Poeta-Alfaiate

Sou poeta-alfaiate
De trama firme
Faço cama de gato
Te pego nesta linha

Eu dou ponto e costuro
De olhos semicerrados
No escuro os meus versos 
Ficam mais abrilhantados

A agulha magnétrica
Gira, gira e torna a girar
Desfibrilha corações desconcertados
Conserta as asas de quem quer voar

E quando a desarmonia
Vem me assombrar na calada da noite
Uso a tesoura, que corta e desfia
E dou-lhe o meu açoite
Até o raiar do dia






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