A minha infância sempre foi
De muita levadices e traquinagens
Uma bela farofa de palha assada
Com leve toque de azeitona verde
Pra dar gosto à vida e deixar com sede
Há coisas que esqueci e agora lembro
Memórias trancadas em um baú de ébano
Nas entranhas terrenas, leito sereno do oceano
Zona abissal do quântico inconsciente
Tinha a chave ou a localização
Nunca os dois ao mesmo tempo
Sofria por não entender a tragédia
Intempéries e incertezas da vida
Vicissitudes das estações
Passou o tempo, cresceu o bambuzal
E ainda hoje sinto aquele eu em mim
Fazendo alquimias num laboratório
O primeiro presente de um cientista
As raízes que vão até o centro do mundo
Escrevo munido de emoções
Que apenas Capricórnio compreende
De meus arrependimentos, faço canções
E quem é que não se arrepende?
Só quem se arrepende é que arrebenta
Os estranhos limites da casca de noz
Causa o próprio big bang, se enfrenta
Domina o sentimento atroz
Faz brotar a semente
Harmônica convergência
quinta-feira, 5 de março de 2020
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