Sou poeta-alfaiate
A minha trama é firme
Faço cama de gato
Te pego na minha linha
Eu dou ponto e costuro
De olhos semicerrados
Os meus versos no escuro
Cortam quão gume de navalha
Remendo os furos sinápticos
No tecido da realidade
Reconecto memórias perdidas
Que brilham mais na eternidade
A agulha magnétrica
Gira, gira e torna a girar
Desfibrilha corações desconcertados
Conserta as asas de quem quer voar
E quando a desarmonia
Vem me assombrar na calada da noite
Uso a tesoura, que corta e desfia
E dou-lhe o meu açoite
Até o raiar do dia
domingo, 1 de setembro de 2019
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